Prezado investidor,
István Kovacs nascera de família humilde em Szeged, na Hungria. Primogênito de quatro irmãos, não queria seguir os passos do pai alfaiate. Ansiava mesmo era ser médico, oftalmologista. Via-se como aluno da prestigiosa Universidade de Debrecen, seguindo os passos do dr. Endre Hõgyes, famoso pela descoberta do reflexo vestíbulo-ocular. Passara a virada para 1914 debruçado sobre livros, preparando-se para as provas de admissão logo no início do ano. Seu esforço foi recompensado: foi admitido, as aulas começariam em agosto. Comemorou, sentiu-se leve e grato. Mal podia esperar.
Veio o verão, e a manchete dos principais jornais naquele final de junho foi o assassinato do arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do trono austro-húngaro. Tensão máxima – e um mês depois a Grande Guerra (a primeira do tipo, em escala mundial) foi declarada contra a Sérvia². István, então com 17 anos, foi convocado – ele e outros milhões de jovens, que deixaram seus sonhos para juntar-se nas trincheiras dos combates terrestres. Foi, mas sem perder o otimismo. Anos mais tarde, já combalido, contraiu influenza e somou-se às estatísticas da Gripe Espanhola. Quase sucumbiu ao H1N1.
Teve alta aos 21 anos. Sem emprego, sem grandes perspectivas, precisava trabalhar, ajudar em casa, todos haviam sofrido muito com os anos de guerra. Mas a situação econômica do novo Estado húngaro, definido pelo Tratado de Trianon, e a instabilidade política induziram ao início de um período altamente inflacionário. Corrida aos bancos, impostos excessivos, drástica diminuição nos depósitos, rombo fiscal e, por consequência, alta na base monetária em circulação levaram, em 1923, a inflação a 98% ao mês.
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